quarta-feira, 23 de julho de 2008

Discurso sobre o Amor

Retrocedendo um pouco o meu dia, me lembro de ter ouvido da boca de alguém a seguinte frase: "Te amo não é bom-dia". Alegaram-me que o "te amo" deve ser falado em momentos especiais, tipo naquele jantar caríssimo que o namorado paga quando faz um ano de namoro. Ora, mas por que "te amo" não pode ser falado toda hora? Porque o amor deve tere hora pra acontecer? As pessoas são estranhas. Me ensinaram que amor não tem hora, que quem ama de verdade, ama até na hora da doença, que só a morte separa o amor verdadeiro. Então porque escolher a hora certa pra amar? As pessoas acham feio quando um casal de namorados diz que se ama o tempo todo. Qual é o motivo disso? Não há nada de muito racional por trás disso, com certeza. Seria inveja? Não sei, sinceramente. Mas se há necessidade de se dizer "te amo", que o diga, pois. E para aqueles que acham que amor é reloginho, lembrem-se de seus pais, e lembrem-se de que quando seu alarme tocar o tempo pode ter passado um pouquinho.

5 comentários:

Anônimo disse...

Quando me dizem quem me amam sinto um sentimento estranho, mas muito bom, mas quando digo sinceramente pra alguém só de ver o sorriso na pessoa me faz sentir melhor ainda...e, bom, pra quê evitar esses bons momentos, né? A vida pode, de repente e infelizmente, se tornar curta e pra quê evitar ser feliz e fazer felicidade? Como você mesmo disse, o relógio está correndo e vale a pena fazer de cada tic tac um ritmo diferente, bonito e, quem sabe, inesquecível.

R. Avancini disse...

Sendo curto, grosso e revoltado:

Tem gente que aprende a ver sentimento como coisa de valor estimado que se encontra numa prateleira das lojas americanas e tem gente que aprende a amar.

"Ainda que falasse a língua dos homens e dos anjos, sem amor eu nada seria"

Anônimo disse...

"Passada a primeira confissão, "eu te amo" não quer dizer mais nada; apenas retoma de um modo enigmático, de tanto que ela parece vazia, a antiga mensagem(que talvez não tenha passado por essas palavras). Eu repito fora de toda a pertinência; ele sai da linguagem, divaga, onde?
Eu nã poderia decompor a expressão sem rir.Qual!haveria "eu" de um lado, "você" do outro, e no meio um elo de afeição racional: AMAr não existe no infinito (a não ser por artifício metalinguístico, o sujeito e o objeto chegam à palavra ao mesmo tempo em que ela é proferida, e eu-te-amo deve ser entendido."
Roland Barthes

Anônimo disse...

Pode até ser que "eu te amo" não queira dizer mais nada, as pessoas muitas vezes vulgarizam o verbo amar, mas e o sentimento? não existe mais? às vezes me pergunto onde está o amor verdadeiro, esse dos contos de fadas, sem nenhum interesse, esse tal amor que você se prejudica pra ver o outro feliz, que você se esquece de si mesmo pelo outro. Onde ele está? É tão bom dizer que ama, ouvir também, como disse o Breno... Mas o "eu te amo" realmente está sendo usado como um "bom dia" o sentimento mesmo acaba sendo subestimado... acho que o amor é mais do que isso, e nessa confusão que as pessoas arrumam eu já nem sei mais o que ele é.

R. Avancini disse...

"Pra que complicar, não é mesmo?
"
Às vezes a gente esquece que sentimento ta aí pra ser usado. Não se deve ter medo deles, e eé justamente o medo de ser engolido pelos sentimentos é que fazem com que eles nos engulam. É como diria Lenine: "Do it"