quarta-feira, 6 de agosto de 2008

New york, New york

É tudo o que quero ser. Quero ser o que ninguém quer. Quero fazer tudo aquilo que todo mundo despreza, que todo mundo não quer fazer. Posso Até ganhar dinheiro assim, não posso?

Quero ser o idiota do monobloco. Aquele que no fim da festa ainda está cantando sem parar, que ainda sorri, sem o menor receio de ser chamado de idiota, apesar de ser somente isso: idiota. Ser idiota é o que há. É o que há de mais satisfatório na vida, uma vez que sendo idiota assumido, o merecedor de tal apelido não ficaria chateado e continuaria vivendo numa boa ao ser zombado. Ele ainda iria cantar as músicas nos fins das festas, ainda iria rir como só um idiota sabe fazer, ainda iria comer pão com salame na frente de todo mundo achando uma delícia, iria dançar na chuva, iria falar bobeira na frente de todo mundo, enfim, continuaria feliz. Já o zombador(idiota esse, pejorativamente falando) não iria se contentar, e iria continuar a lhe dirigir ofensas e mais ofensas até perceber que nada disso adianta. "É como disse na música: quero é ser ninguém na multidão."

E assim, a gente vai descobrindo que nem sempre na vida tropeço é caminho, nem sempre na vida máscara é de fantasia, e nem sempre na vida amor e ódio andam juntos.
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Ps: E sim, o idiota sou eu mesmo!

4 comentários:

Anônimo disse...

"No mundo existe uma infinidade extraordinária de pessoas assim e até bem mais do que parece; como todas as pessoas, elas se dividem em duas categorias principais: umas limitadas, outras "bem mais inteligentes". As primeiras são mais felizes. Para um homem "comum" limitado, por exemplo, não há nada mais fácil do que se imaginar um homem incomum e original e deliciar-se com isso sem quaisquer vacilações...A outro bastaria adotar em palavra algum pensamento ou ler uma paginazinha de alguma coisa sem princípio nem fim para acreditar imediatamente que esses "são seus próprios pensamentos" e brotaram de seu próprio cérebro."

O Idiota, Dostoiévsk

Anônimo disse...

Pela descrição, acho que sou idiota também.
haha

R. Avancini disse...

Nada a comentar... a não ser a recomendação do Livri "O idiota"... é muito bom...

R. Avancini disse...

Ao Breno:

Ser idiota é uma forma de arrogar à felicidade companhia... Portanto faça isso; seja idiota sim. Mas o seja da forma mais bela e simples que a possa ser, que verás que mundo é grande e pequeno, da forma com a qual desejar.