quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A Volta e a Posse

Tentei não desmanchar hoje cedo. Acordei meio mole. Não sabia ao certo o que era aquilo tudo. Talvez alguma gota de saudade de alguma coisa que nem sei, que devo ter perdido na noite passada quando vinha pra casa. As voltas pra casa sempre levam algo consigo, elas são meio possessivas. Uma vez elas levaram uma tal de decência.(Era a época em que muitos políticos andavam em passeatas.) Outra vez elas levaram um amor consigo. Já levaram tanta coisa... levaram tanto que só tenho água e roupa velha. A água tá quase no fim, portanto ela a noite não leva. A noite tem classe; anda bonitona que só; não vai pegar as minhas roupas. Deve ser esse o motivo de eu ter acordado assim hoje. Vou caminhar. Estou indo pra casa.






Assinado: Andarilho Sem Casa

3 comentários:

garoto roto disse...

quanto mais na noite mais sem noite, mais sem casa, mais sem coisa, sem água, sem algo que fosse meio termo. tudo ou nada sempre. mas quem pode?

R. Avancini disse...

Quem pode pede silêncio.

Felipe Abdala disse...

"A noite tem classe; anda bonitona que só"
me desculpe, queria comentar direito. mas essa passagem só me fez lembrar do Amaury Junior...
hahah

Abraços!