segunda-feira, 28 de abril de 2008

It's only it

Que és?

Só Isto.

Este ligeiro fragmento de imagem humana,

Só este fragmento desse todo.

Não me posso mostrar

Como aquilo que só é abstrato.

Entretanto, sou só isto

Entre este tanto de imagem que ofereço.

Sou só o que posso ser.

Pó, Musgo, Bicho.

Conjuga, pois

Chegamos a este ponto:

Ninguém conjuga nada

Que não seja singular.

Pronome

Que não fuja do possessivo.

Verbo

Que não seja diferente de ter.

Adjetivo

Que não seja diferente de egoísta.

E assim vai...

No imenso Português oportuno

Que conjugou a luta colonial

Desde os tempo de mar aberto...

Contanto que seja meu mar...

No name too

Creio-me agora

Numa despedida tétrica.

Numa miscigenação de gostos e desgostos.

Dou-te agora adeus,

E tento fazer-te sóbrio diante disso.

É esta, talvez,

A última tentativa de encarnação humana

Neste peito que agora

À morte dá,

Amor te dá,

E à Mor te dá

Só não se esqueça

Que amor(te) dei...

Em vão...

No name

Foram.

Foram todo embora...

Até Narciso foi, encontrou paixão nos braços de Dorian Gray.

Assim, não resta nada.

Todos se foram,

E, de par em par,

Fiquei Eu...

Ímpar.

Absoluto.

Obsoleto.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

(em) Construção - réplica -

Comeu pela manhã
Como se fosse príncipe.
Tornou todos seus planos
Mais maquiavélicos.
Fez de toda sua vida
Um buraco mórbido.
Andou mais de uma hora
Já num passo insólito.
Na curva de uma esquina
Vê o boteco sórdido.
Dois goles de cachaça
Move a glote ríspida.
Um tombo face ao chão
Seu rosto estava pálido.
Um toque no seu ombro
Uma resposta gélida.
Um grito de angústia
Seu corpo já é sólido.
Com calma bem de leve
A morte veio rápida...

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Cantou seu Louva-a-Deus
Com seu compasso tétrico.
Abriu sua boca então
Com o seu grito tácito.
Parou seu coração
Como num choque elétrico.
E viu seu fraternal
Irmão de sangue pávido,
Rezou Salve-Rainha
Num choro silábico
-Lamento, oh meu irmão
-a morte veio rápida

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Acolhe seu amor
Com seu abraço tático,
Acariciou seu rosto
Com seu gesto ínfimo:
-Se acalme meu amor
-A morte é mesmo insólita.
-Ataca sem razão
-A morte é mesmo rápida.

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O pobre já deitado
Vem de aborto elétrico,
Sapato e barba feita
Antes de impúbere.
Já nos seus doze anos
Se quedava bêbado.
Aos dezessete anos
Na vida era incrédulo,
Saiu da faculdade
Com a mente pórtica.
De todos seus irmãos
Era o filho pródigo
Não ia à Igreja
Achava-se cético.
Rezava às nove horas
Que achava benéfico.
Lia tudo que é livro,
Interpretava a Bíblia.
Viveu toda sua vida
Em menos de uma década
Difícil impressão
A morte é mesmo rápida...

domingo, 20 de abril de 2008

quinta-feira, 17 de abril de 2008

That's it

Sinto que sou um pouco de tudo

Um pouco dos pés que passam nas ruas

Um pouco das brigas do casal

Dos amores dos bandidos

Dos horrores dos banidos

Dos ardores dos queridos...

Sempre quis ser o que não sou

Mas sempre fui o que teria de ser

Às vezes acho que meu porto seguro está em chamas...

Estás perdido nesse mundo de falas

Nesse abre alas

Oh, criança, acorda para este mundo que te retrái,

Gosta de tua vida

Veja quão bela é a vida (humpf!)...

Desponta

O ponto na ponta da frase;

a frase na ponta do lápis;

o lápis na ponta do dedo;

o dedo na ponta da mão;

a mão na ponta do homem;

o homem na ponta de quê???