quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Éden

meio dia.
meio claro.
meio quente.

o sol em placa na terra úmida.
descalço, deixo passar a terra entre os dedos.
um cachorro late longe, bravo.

a árvore me olha, com suas acerolas.
desço e pego uma, levo à boca.
sinto sua doce acidez.

a árvore é justa:
não importam o preto e o branco.
o alemão e o turco.
o de anel de ouro e o de pulseira trançada.
todos ganham o mesmo doce e a mesma acidez.

só precisam encontrar suas árvores.

3 comentários:

Annanda Galvão disse...

eu quero terra entre os dedos! hahaha
existe?

sss

Anônimo disse...

"O sol que veste o dia
O dia de vermelho
O homem de preguiça
O verde de poeira
Seca os rios, os sonhos
Seca o corpo a sede na indolência

Beber o suco de muitas frutas
O doce e o amargo
Indistintamente
Beber o possível
Sugar o seio
Da impossibilidade"

ass: Allan Delon

Madamefala disse...

só a árvore é justa?? diria eu a natureza....mas isso é pq vivo na cidade como diria " o matuto".

beijos