meio dia.
meio claro.
meio quente.
o sol em placa na terra úmida.
descalço, deixo passar a terra entre os dedos.
um cachorro late longe, bravo.
a árvore me olha, com suas acerolas.
desço e pego uma, levo à boca.
sinto sua doce acidez.
a árvore é justa:
não importam o preto e o branco.
o alemão e o turco.
o de anel de ouro e o de pulseira trançada.
todos ganham o mesmo doce e a mesma acidez.
só precisam encontrar suas árvores.